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Arquivo da categoria: Memórias

PC’s para colecionadores valem até R$ 755 mil

O UOL publicou uma matéria muito interessante sobre PC’s antigos: http://bit.ly/QinVa6. Geralmente são as primeiras edições de computadores e marcas que fizeram história, como o Apple I e os primeiros PC’s montados por Michael Dell e que hoje valem uma grana preta.

Eu adoro coleções! Admiro quem as faz, principalmente as de itens antigos, raros. Infelizmente, não tenho bala na agulha pra gastar com isso (ainda), mas se tivesse, com certeza buscaria três sonhos de consumo colecionáveis para mim:

Se alguém ficou comovido, aceito doações! 😉

Se quiser entender por que eu acho essas máquinas antigas muito legais, acompanhe os artigos sobre as minhas memórias: http://tiemfoco.com.br/category/memorias/.

 

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Contatos imediatos do primeiro grau

Amigo(a) leitor(a) e internauta,

Agosto é o mês do meu aniversário! Para comemorar (e relembrar), publicarei a partir deste mês uma série de artigos com as minhas memórias no universo da Tecnologia da Informação. Após 25 anos de convívio com computadores, acredito que tenho algo a contar para as novas gerações, bem como algo que despertar de boas e divertidas recordações para aqueles leitores que, como eu, presenciaram a popularização do computador pessoal no Brasil. Esses artigos inauguram uma nova categoria no blog: “Memórias”. Espero que essa série seja tão interessante e divertida pra vocês quanto será para mim! Procurarei manter uma periodicidade bimestral nesta categoria, que conviverá com os outros artigos do blog.

Vamos então começar do começo mesmo! Minha atenção voltou-se para os computadores quando eu contava ainda meus 10 ou 11 anos, portanto, cursava ainda o primeiro grau, época muito importante na formação de nossos conhecimentos básicos e nossas primeiras preferências. Nesta época, recebi um presente de um dos meus irmãos. Tratava-se de duas ou três páginas em formulário contínuo clássico, daqueles de cor bege e com lateral furada e picotada, onde um computador havia impresso uma mensagem muito interessante e especialmente para mim! Das várias coisas que  o “computador” me havia dito, a principal delas era uma afirmação mais ou menos assim: “Crhistian, eu também sei desenhar! Veja um dos desenhos que eu sou capaz de fazer!” e, logo abaixo, um belíssimo desenho do meu favorito personagem Snoopy, todo feito a partir de caracteres! E não é que procurando na internet eu encontrei o desenho novamente? Ele era praticamente igual a este aqui:

snoopy_ascii

O Snoopy em caracteres ASCII.

Imagine o leitor(a) o impacto que isso causou na mente de um menino do interior que andava quase todo o tempo descalço pelas ruas! Aquela “criatura”, o computador, era inteligente, bem humorado e ainda conversava comigo!! Foi amor à primeira vista –  expressão esta que ainda não era tão clichê no começo dos anos 80 🙂

A partir daí, fui prestando atenção em todos as manifestações computadorizadas que passavam pela minha frente. Uma delas, que me marcou muito, foi um filme com uns garotos que controlavam uma nave espacial (acho que criada por eles) através de um computadorzinho, tipo um TK 85. Na tela do computador aparecia um gráfico tosco para os tempos atuais, mas muito interessante, mostrando a posição da nave em sua trajetória de vôo. (Quem souber o nome deste filme, por favor, deixe um comentário que eu ficarei muito grato 😉

Um TK 85 com o kit completo.

Um TK 85 com o kit completo.

O TK 85 transformou-se então em meu primeiro sonho de consumo do mundo dos computadores! Posteriormente descobri o TK 90 e o impressionante e impensável TK 3000, um verdadeiro computador profissional. Obviamente, sendo eu ainda menino, minha relação com estas máquinas assemelhava-se à relação que se tem com brinquedos e vídeo-games, mas foi aí que toda a minha afinidade com elas se iniciou e essa afinidade ainda hoje continua me empolgando!

Mas foi em um passeio de carnaval na cidadezinha mineira de Miraí que eu estabeleci o contato definitivo com um computador, o que me fez decidir dedicar o meu futuro àquela máquina maravilhosa e ganhar o meu pão através dela. Em Miraí, na casa de uns amigos de minha mãe, um dos rapazes juntou uns trocados com o seu trabalho honesto e comprou um MSX Expert da Gradiente. Completo, com gabinete, monitor e joysticks, igualzinho a esse da imagem abaixo. Aquilo era a melhor coisa que se podia ter nos idos de 1987. Até hoje eu o considero uma máquina muito atraente, veja abaixo.

MSX Expert, da Gradiente.

MSX Expert, da Gradiente.

Aliás, essa foto aí em cima é de uma propaganda veiculada na época e refletia muito bem o auge dessa máquina no Brasil. Eu a vi na revista Superintessante e ela passou a ser uma enorme fonte de inspiração pra mim. Eu passei a desejar não só o MSX, mas todo o mundo que o envolvia e que tinha sido cuidadosamente montado naquela foto: a programação (ilustrada pelos cartões brancos quadriculados ao lado esquerdo do teclado), o armazenamento de dados (os disketes azuis à direita do teclado), os softwares (na tela, uma espécie de Corel Draw ultra-primitivo) e a bibliografia relacionada, que na foto é ilustrada com vários e interessantíssimos livros sobre o MSX e a programação em BASIC, cujos títulos eu lia e relia olhando para a foto. Mas, voltando a Miraí, passei todo aquel carnaval num esquema que variava entre brincar com o MSX (autorizado pela grande gentileza de seu dono) todo dia, comprar toda hora um picolé de chocolate e coco que nunca mais conheci tão maravilhoso e contemplar assustado a bagunça festiva da cidade à noite. Foi a experiência que eu precisava! Voltei de lá determinado a entrar pra esse mundo, e cá estou eu, 25 anos depois, ainda completamente imerso nele…

Antes de terminar esse primeiro artigo de lembranças, eu não poderia deixar de citar, dentro desta época de minhas primeiras impressões com os computadores, uma categoria que eu não entendi de imediato, mas que me apareceu como sendo algo absolutamente interessante e diferenciado. Não sei em que revista exatamente, mas em um belo dia me deparei com o primeiro Macintosh, como este aí abaixo.

O primeiro Macintosh de 128K.

O primeiro Macintosh de 128K.

Aquela máquina me fascinou de imediato! Seu visual limpo e elegante, aquele ar de superioridade e, o mais intrigante, aquela estranha caixinha presa por um fio (o mouse) exibida com destaque, que coisa instigante! Seria aquilo um scanner? Um microfone? Sei que o Macintosh, com seu nome de robô simpático, acabou por me atrair ainda mais para o universo da Informática!

Então, foi mais ou menos assim o começo de tudo para mim. Hoje, quando me vejo envolvido em projetos de TI de centenas de milhares de reais, lembro-me sempre dessa época onde tudo começou e entendo que todos os feitos importantes de nossa vida têm um começo – muitas vezes simples e inocente, mas sempre importantes.

 
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Publicado por em 29/08/2012 em Memórias

 

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